"Diz que o cristianismo é a chave da cultura ocidental. Sem essa chave não percebemos o nosso passado?
Sem as chaves cristãs entramos no Museu de Arte Antiga e sentimo-nos como se estivéssemos perante as estátuas na ilha de Páscoa, tudo parece um enigma. Hoje há um debate, um debate laico, em que se pensa se da mesma forma que na escola se ensina a Odisseia e a Ilíada, não se devia ler também a Bíblia. A Bíblia é um código para abrir a cultura ocidental. Não possuir esse código é ficar como um deserdado, expropriado de um património humano e cultural de excelência. Sem perceber uma pintura, sem perceber Gil Vicente, Camões…"
As palavras são do Pe. Tolentino de Mendonça*, às quais acrescentamos uma imagem da Igreja de Santa Bárbara na Boémia. Se visitaram o link abaixo**, redireccionados a partir de Primaluce, ter-se-ão apercebido da obra em causa. Acontece que em Portugal não há igual..., mas há equivalentes. E os mesmos Historiadores da Arte, da mesma maneira que escondem o nosso trabalho, nalguns casos também escondem as suas próprias ideias: como se elas fossem apenas para eleitos, pessoas com QI mais elevados, ou quem sabe, apenas para as «cozinheiras de aventalinho aos quadrados»? Ou para os que usam «camisas azuis clarinhas e gravatas às bolinhas»?
Enfim, não se percebe quem são os escolhidos para «poderem» conhecer e divulgar...
O que nos lembra David - o Pastor, e irmão mais novo dos filhos de Jessé de Belém - que veio a ser "o Ungido de Deus"***: expressão que mais uma vez remete para a Bíblia, e para o que o Pe. Tolentino explicou na resposta ao Destak.
(clic na imagem para legenda)
Se o Saber não ocupa espaço, ele é absolutamente essencial na hoje designada Área Cientifica da Arte, onde a contextualização (como é necessário para compreender a abóbada da fotografia acima) é essencial; onde, queiramos ou não, proliferam os conhecimentos do que é designado Inconsciente Colectivo.
No entanto, e dada a vontade de muitos dos que estão à frente do Ensino Superior, esses responsáveis acham que «De acordo com Bolonha, assim umas coisitas, poucas, chegam para as licenciaturas, e até para os mestrados: não é preciso mais!». E assim se passa do inconsciente colectivo de Jung para a Ignorância Colectiva que tem inúmeros progenitores.
Ou (até sem o saberem), os inventores da redução do conhecimento serão ideólogos do mal? É que preconizar o «encurtamento da informação» é deixar a sociedade sem referentes para saber, pensar e conceber...
*http://www.destak.pt/artigo/146371-deus-nao-pode-ser-visto-como-pai-natal
**http://en.wikipedia.org/wiki/File:St.Barb.jpg
***Para se perceber a origem desta designação ler na Bíblia: 1 Samuel 16
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