Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
29.3.13
O título do post de hoje é estranho, como pode também parecer estranho o seu conteúdo. Portanto avançamos nas explicações

 

Muitas vezes temos aqui referido a Iconografia - baseada na Teologia Cristã - de muitas portas e janelas. No trabalho dedicado a Monserrate um dos casos mais óbvios que incluímos, pela Iconografia empregue, foi o Palácio de Belém. Hoje é habitado por Presidentes da República, e não por Monarcas, para quem a simbologia em causa ainda faria algum sentido: e talvez quando novos, alguns reis e príncipes portugueses a tenham aprendido? Talvez lhes tenha sido ensinada? 

Perguntamos, pois o que sabemos é que este tipo de informações, de génese antiquíssima, foi-se perdendo. E por isso em 1724 D. João V questionou a Academia da História para que definisse uma insígnia a pintar num retrato do seu filho (o futuro rei D. José I).

Assim, para muitos as imagens de hoje serão paradoxais? Mas, na verdade - e em consequência de tudo o que nos vimos a aperceber desde 2002 - os materiais iconográficos que estão nas janelas que fotografámos, essas representações Icónicas e Anicónicas; ou, respectivamente, não decorativas e muito decorativas, essas imagens pretenderam representar as mesmas ideias.

Se hoje se fabricam estandartes para colocar nas Varandas, ou Cruzes para pôr em Portas e Janelas (em papel impressas), assinalando as Casas dos Cristãos, este acto é uma mera repetição daquilo que sempre se fez. 

Primeiro porque a propósito da Páscoa Judaica, na Bíblia encontra-se uma descrição dessa sinalização a fazer (ver em Ex 12, 1-8*): uma marcação que como se pode constatar nunca se perdeu ao longo do tempo.

Segundo, porque os desenhos ornamentais de muitas portas e janelas, os padrões das grades e outra iconografia (que parece ser apenas decorativa e insignificante), esses desenhos geométricos, de uma forma simbólica ou como resumo, traduziram as mesmas ideias que estão nos estandartes das imagens seguintes. 

Essas opções devem ser vistas como actos/opções «antropológicas» - que a Antropologia deveria investigar? Ou são meras «banalidades»? Quase tão inerentes aos humanos quanto aos animais? 

É porque de facto verificamos que, mais aos animais do que aos homens, a Natureza lhes deu características (visuais) diferentes. Mas o vestuário, no caso dos Humanos, também teve essa função de diferenciação**. 

Assim, na Arquitectura poderá dizer-se que a Ornamentação é equivalente à Paramentação do Sacerdote?

E respondemos: sim, sabemos de vários autores que fazem esta analogia e explicam a ornamentação arquitectónica como uma paramentação***.

 

 
 

Nas imagens que escolhemos, os estandartes, os padrões das guardas das varandas (3ª imagem), ou os pinázios das bandeiras das janelas (na foto acima - 4ª imagem), essa Iconografia teve o mesmo objectivo: afirmar uma Fé específica. E hoje, como no passado, usam-se os mesmos suportes arquitectónicos para fazer essa afirmação.

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*Passagem onde consta no fim (relativamente ao cordeiro ou cabrito que cada família há-de imolar): "Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre os dois marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem."  

**No MNAA vejam os Painéis de S. Vicente, tendo em mente o que se tem escrito sobre eles, e as figuras que representam. Aí o vestuário é o principal distintivo dos personagens representados. Todas as especulações da historiografia desta obra foram feitas exactamente a partir das roupagens e adereços das figuras.

***Será por isto, na raiz, que frequentemente alguns troços de parede são designados paramentos? No dicionário consta que vem do latim "paramentu"...

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26.3.13

... são vozes que não chegam ao céu!

 

As nossas principais fontes de informações em Março de 2002, estão de novo a extravasar novidades e notícias.

Depois de uns emails lacónicos - respostas de www.hpip.org a informações que nos pareceu interessante dar - de novo a curiosidade irrompeu, e muito mais surgiu!

Por isso voltamos atrás, a algumas informações que em 2003/04 não chegaram a ser transcritas e incluídas no trabalho dedicado a Monserrate: pois imediatamente as percebemos e aceitámos.

Porém, em matéria de Alegorias (e de Polissemias) vemos que muito se perdeu. Aquilo que nós aceitamos tout court, e de imediato compreendemos, parece não passar noutras mentes... Não ocorre*!?

Por isso - hoje não há imagens - e oferecemos um texto de 1640, que está em francês antigo e nos atrevemos a pôr em francês actual. 

Qualquer correcção ou ajuda, desde já se agradece:

 

« Quant au sens des figures, je ne veux point blâmer les dévotes méditations de l’Abbé de Melrose. Je sais qu’en matière d’applications d’allégories il est permis de détourner le sens véritable des choses  pour les accommoder à la grâce de la rencontre, et que c’est un effet de l’élévation de l’esprit, qui se plait à tirer diverses lignes d’un sujet, comme d’un point certain et immuable ; mais enfin, il faut les ramener à leur principe ; et les assujettir à leur intelligence naturelle…»  

    

*No entanto é assim que qualquer arquitecto, pintor, escultor, ou designer trabalha: acomodando os elementos que quer integrar nas suas obras (visíveis - por serem falantes). Sem dúvida que se procura a «Graça do Encontro» de cada forma, com as outras que a rodeiam. «Graça» que também ganha força (a ênfase) no geometrismo de cada forma. Geometria que, será essa a «inteligência natural» de cada forma?

Por nós achamos que sim... Mas isto sente-se, ou é o que alguns designam Equipamento Intelectual?...

... e mais não sabemos!

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24.3.13

É verdade, na situação concreta que foi a distinção entre o Filioque e o Perfilium, podemos dizer hoje, numa expressão abreviada ao máximo - que usa o «&» para referir a junção; e que usa o «Per» latino (que ainda supomos inteligível, pelo menos por algumas pessoas?). Podemos dizer que aquilo que distingue as duas noções teológicas (Filioque e o Perfilium) se pode resumir numa única imagem, como há dias as condensámos, assim:

(clic na imagem)
 

Já escrevemos sobre este assunto inúmeras vezes mas aconselha-se, em especial, a explicação feita para Laurent Gervereau que durante quase um ano (desde 7 de Março de 2012) manteve algumas das nossas informações no seu blog*. Por isso está em francês**.

Reparem como na Idade Média, a melhor forma que encontraram para exprimir, graficamente, que o Espírito Santo «procede» em simultâneo do Pai e do Filho (realidades invisíveis e intangíveis), essa forma foi a  intersecção de dois conjuntos. Cada um deles representado por um círculo ou circunferência.

E como consta no nosso trabalho dedicado a Monserrate, a precisão geométrica que assim desenhou a Mandorla(ou a «expressividade retórica» que foi considerada necessária para haver o máximo de rigor nessa definição), foi ao ponto de colocar cada circunferência a passar pelo centro da outra (circunferência).

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*http://www.gervereau.com/reactions.php

**http://primaluce.blogs.sapo.pt/89925.html

http://primaluce.blogs.sapo.pt/90235.html

Claro que este assunto não interessa ao Ensino Superior como se pode ler nos vários posts de Primaluce:

http://primaluce.blogs.sapo.pt/;

 http://primaluce.blogs.sapo.pt/145850.html

E claro que não interessa a nenhuma instituição do Ensino Superior em Portugal, nem às que nos conhecem, nem às que querem ser rentáveis, ou que querem ser competentes, ou ainda qualquer outra ambição normal.

Sabemo-lo por todas as démarches que nunca deixámos (ou deixaremos) de fazer!

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=623195

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12.3.13

... como há uma hora referiu Helena Roseta (na SIC), a propósito do muito que se diz do Conclave, dos Papas Europeus ou não Europeus. E também de tudo o que se sabe - com todas as minúcias - e no seu oposto, sobre os assuntos que são silenciados, e que como tal parecem não existir.

 

Porém, na Síria actual, onde nasceu no século VII o último Papa não Europeu - Gregório III* - nesse país morrem actualmente milhares de pessoas, muitas delas crianças, outras adultos cristãos (e de todas as religiões), sem que se saiba porquê. Não há conflitos deste tipo (tão mortíferos) que tenham, uns ou outros, mais razão de ser; mas o que acontece neste caso, é que é muito pouco falado.  

Afinal que sabemos nós desse enorme conflito dos dias de hoje, pois pouco nos chega pela televisão ou por qualquer outro canal? Qual a origem da Guerra na Síria? Porque se arrasta há tanto tempo, sem solução à vista?

Se até aqui seguimos, em grande parte, o raciocínio da Vereadora da Câmara de Lisboa, neste ponto acrescenta-se algo mais, pois Gregório III (o último papa não-europeu), surgiu no auge da crise iconoclasta: defendendo o uso da Imagem como forma de culto, e como uma prática usual do Ocidente.

E mais ainda, para nós fica a certeza de que um dia havemos de explicar a opinião de alguns autores (e quem são), que reconhecem que o Ocidente progrediu e se desenvolveu muito mais, quando comparado com o Oriente, exactamente por ter feito uso da imagem...  

 


(clic na imagem)

Imagem ou Imagens (?) que neste momento não sabemos, mas vamos procurar esclarecer esta especificidade (pois é da maior importância), se eram imagens votivas, de culto? Ou todas as outras - os elementos visuais que frequentemente se usaram em substituição dos textos escritos?   

Para já, certo mesmo é que se confundiram Deus com as sua representações foram idólatras; mas se ao substituírem ideias vagas por pequenos sinais (como o símbolo do infinito usado em matemática, ou como nós arquitectos fazemos esquemas de projecto) neste caso já se compreende, muito bem, que esses «utensílios intelectuais» tivessem permitido grandes avanços.    

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   *http://www.newadvent.org/cathen/06789a.htm

      http://en.wikipedia.org/wiki/Pope_Gregory_III

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2013/03/13/mais-de-2-milhoes-de-criancas-afetadas-pela-guerra-na-siria

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8.3.13

Quem quiser saber como supomos nasceu o Escudo Português, então abra o nosso Monserrate uma nova história, na p. 172. E aí leia a nota nº 147.

 

As informações vieram de Caramuel Lobkowitz, o autor que nos abriu uma porta imensa, para tudo aquilo de que não desistimos. Informações que batem certas com uma imagem do post anterior (que por isso hoje se volta a publicar).  

Para terminar pergunta-se: Vale a pena investir em doutoramentos?

Ao que se responde: Se forem escondidos e ignorados como o nosso, não. Então é preferível fazer Rotundas: Façam-se centenas de milhares de Rotundas*, para os portugueses andarem ocupados!

E assim ficamos numa de construção civil: muito betão e todas as outras tralhas que passaram a pejar o território português ... Mesmo que o desfeiem ou sejam inúteis.

Já agora, pondo fim à ironia, leiam em Laurent Gervereau (25 : 02 : 13): "Il faut réveiller l'Histoire", onde estão ideias com as quais estamos totalmente de acordo por darem valor à imagem:

"Quelle est la place des images en histoire ?, deux conclusions sont apparues nettement : les images (ou le visuel pour adopter un terme plus général) sont des sources parmi d'autres pour les historiens ; de même qu'il existe une histoire de l'art, ou des histoires des arts, il est légitime et nécessaire de travailler aujourd'hui sur une histoire général du visuel combinant la production artistique et non-artistique.

Que le visuel soit une source indispensable, les préhistoriens, historiens de l'Antiquité (Jean-Pierre Vernant, François Lissarague) ou du Moyen-Age (Jacques Le Goff, Michel Pastoureau, Jean-Claude Schmitt) et des périodes classiques (Daniel Roche ou Joël Cornette), l'ont intégré depuis longtemps, d'autant que pour certaines périodes l'écrit manquait. Il n'en fut pas de même pour des pionniers comme Michel Vovelle sur la mort ou la Révolution française, Marc Ferro avec le cinéma, Maurice Agulhon et ses études sur Marianne..."**

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*Rotundas tão redondas quanto possível, para que se ande sempre à volta, sem sair do mesmo sítio!

**http://www.gervereau.com/regards.php?regard=1

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4.3.13

... verificamos como imagens de Amêndoas/Mandorlas ou a Vesica Piscis - essa imagem que para alguns representou o encontro do Céu e da Terra (como escrevemos em Monserrate...); como dizemos hoje verificamos que os referidos desenhos, na nossa colecção, existem talvez às centenas.

Porque é uma obsessão nossa?

Não. Mas porque estão em toda a parte, e foram uma marca (obsessiva), ou provavelmente um dos mais significantes Ideogramas do Catolicismo? 

Sobrevivendo muito para além dos séculos IV-V em que surgiram pela primeira vez*.

 
(clic na imagem) 
*Como também existem provas no território português.

 

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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