...porque queremos ir destacando a sua importância para o desenho ou projecto da chamada Arquitectura Românico-Gótica.
Tratar-se-iam de conjuntos de Formas que os teólogos concebiam*, e que os construtores (em francês maçon) construíam. De forma sintética queremos deixar claro que esta é a nossa opinião.
E embora seja positivo que o Saber saia das Academias e Instituições de Ensino Superior - passando para os blogs e a outras formas de divulgação (ficando assim acessível, para uma parte importante da sociedade, informações de grande valor), no entanto, o Ensino Superior poderá continuar a aprofundar, e se quiser continuar a divulgar, muitas outras matérias.
Como julgamos não se esgotarão as tarefas. Não deixará de haver materiais para licenciaturas, milhares de mestrados e doutoramentos.
Depois, talvez suba o nível e se aprofundem as questões? Em vez de se andar como hoje se faz (faz-se demais, não sendo denunciado...) em disputas metodológicas sobre classificações e avanços no conhecimento, que, entre nós, se existem avanços (?), são milimétricos e pouco se vêem.
Há imensa bibliografia relativa aos Escritos de Hugo de S. Victor, acontecendo que a primeira tarefa que é necessário concretizar, é ir buscar alguns desses livros às estantes e à secção da Teologia, e dentro das Bibliotecas passá-los para a secção da História da Arte e da Arquitectura.
Pois é lá que estão (e ainda agora permanecem nas estantes da Teologia) queiramos ou não, as razões, ou os "motivos" - como lhes chamava Robert Smith - para os ornamentos e as formas estilísticas que foram características de cada época.
Ornamentos que, em geral, estão ligados ao Cristianismo (excepto os que já vinham do Classicismo**).
Comecem talvez por ler este trabalho*** cujo título é muito claro quanto aos assuntos que aborda:
Diagrammes Médiévaux et Exégèse Visuelle, Le Libellus De Formatione Arche de Hugues De Saint-Victor. Patrice SICARD, Brepols, Paris-Turnhout, 1993.
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*Como defendemos Hugo de S. Victor concebeu uma base que hoje é geralmente designada Românico (ou Protogótico) que depois evoluiu.
**O que pode exigir várias tarefas de distinção, como por exemplo: Quando o Arco de volta inteira substituiu a Arquitrave grega - a) ainda era pagão? Ou b) já era cristão?
*** Esta indicação bibliográfica, é importante dizê-lo, não é de fácil leitura. Como o próprio Hugo explicou em Didascalicon a evolução no Conhecimento é comparável ao subir de uma escada: para se entender o que se lê é preciso que a mente esteja preparada (tal como acontece nos degraus da escada, que um a um permitem subi-la). É que há sempre informação anterior que é necessário estar presente, para se poderem receber os novos conhecimentos e as novas informações.