Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
28.9.12

Ou, digamo-lo de outra maneira: uma visão apurada, capaz de discernir medidas exactas, os centros geométricos de diferentes curvas, diferenciar ovais de elipses, etc., etc...

 

A ideia do título, a de ter réguas nos olhos, é uma noção nossa, e habitualmente divertimo-nos com ela.

Sobretudo quando os alunos vãos para as aulas sem material, e nos cabe chamar-lhes a atenção relativamente às medidas (por vezes erradas e sem escala...), que desenharam em espessuras de paredes, dimensões de portas, etc, de equipamentos excessivamente grandes ou mínimos...

Nas fases de aprendizagem erros não faltam, mas são normais, é assim que se aprende! Haja tempo, para fazer os erros que são muito normais, e depois a sua correcção!

Ora, deduz-se, também terá sido com o tempo e com o hábito, que Miguel Ângelo passou «a ter um compasso» na visão, para as imagens que analisava.

Foi numa tradução de Artistic Theory in Italy, 1450-1600*, de Anthony Blunt que encontrámos a informação seguinte, relativa ao autor (ou quem decidiu a forma final) da Basílica de S. Pedro em Roma.   

Primeiro é-se informado que Miguel Ângelo rompeu com as ideias dos primeiros Humanistas; por exemplo os métodos matemáticos de Alberti e Leonardo, aparecendo-nos depois esta citação (tradução do inglês para português do Brasil): "Lomazzo registra um dito seu, segundo o qual 'todos os raciocínios da geometria e da aritmética, e de todas as provas da perspectiva eram inúteis sem o olho'35, e Vasari lhe atribui um outro, segundo o qual 'era necessário ter o compasso no olho, não na mão, porque as mãos trabalham e o olho julga'36."**

Gostaríamos que os nossos alunos um dia também adquirissem réguas e compassos nos olhos: seria um óptimo sinal:

Não apenas de que aprenderam, mas sinal de que as vidas profissionais para as quais os treinámos, puderam continuar e adquirir um enorme treino de visão. Algo que não tem só a ver com a Geometria, mas com toda a informação que a Geometria e a Imagem podem representar: Iconologicamente.       

 

 

*Quando procurávamos informações sobre os processos de trabalho de Michelangelo. Explorando como nos seus trabalhos a Teologia gerou Iconografia. 

** Ver em Anthony Frederick Blunt, Teoria Artistica em Itália, 1450-1600, Cosac e Naify Edições, S. Paulo 2001, p. 103. Note-se que a obra original de Blunt é de 1940.

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26.9.12

Quando a Teologia e a Geometria (no acto concreto de fazer a imagem) foram essenciais para a criação arquitectónica, neste âmbito, e de acordo com esta ideia, é muito bom que todos nos habituemos a olhar as imagens - que assim foram criadas - como quem vê mapas: a tentar descortinar como foram produzidas. I. e., que regras (ou que ordens) têm subjacentes?

Incluímos duas imagens do nosso arquivo, talvez até já publicadas, mas chama-se a atenção para o site do SIPA, e aí concretamente do Mosteiro da Madre Deus. Reparem nos entrelaçados, e inclusivamente como surgem em tão grande número. Porque será?

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2547

http://primaluce.blogs.sapo.pt/116700.html

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22.9.12

...não deixemos de gozar, o melhor possível, o que nos rodeia e está ao alcance das nossas vidas.

Os Estetas gozam, tiram partido de tudo o que os sentidos lhes dão:

Não são cegos, nem surdos, nem mudos, às mensagens mais fortes, mais visíveis e audíveis: Claro!

Mas aqui note-se aquilo que geralmente mais os caracteriza: é sentirem as mensagens, os factos e os sinais mais fracos, menos visíveis e menos audíveis. 

Com perspicácia e sensibilidade mais apurada do que é comum, geralmente não «perdem pitada» do bom (e do mau) que os rodeia! Tiram partido do que consideram ser o melhor, e aquilo que os toca pessoalmente.

 

Versão modernista do que foram «geometrismos medievais» (Varanda de Armação de Pêra).

Aproveitem para ler José Manuel Fernandes, Português Suave, Arquitecturas do Estado Novo. IPPAR, Lisboa 2003.

 http://primaluce.blogs.sapo.pt/106283.html

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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