Em Portugal a maioria (dos que estão nas áreas da História da Arquitectura, Património, Historiografia da Arte, Estilos...etc.) provavelmente não terá ouvido falar em Vãos Bífores?
Os nossos sentimentos, sinto muito! (por esses...)
Se lerem e estudarem por bibliografia recente e (ou) de qualidade, hão-de encontrá-los. Pois não se trata de uma invenção nossa, nem criámos hipóteses ou teorias, a partir do nada...
Já escrevemos várias vezes sobre a questão, e em Monserrate, uma nova história, foram mencionados: a partir das "bifora windows" de Nicolaus Pevsner.
Como já apresentado* a intersecção de círculos que é a Ogiva - na sua origem - foi posterior aos Vãos Bífores.
E o que mostra o portal da Igreja da Conceição Velha (do post de ontem) é exactamente esse passo: o da passagem do Vão Bífore à Ogiva. Isso está impresso (plasmado ou registado, como queiram?) nesse portal.
Se na parte superior (do referido portal) se lêem os prolongamentos que são habituais em alguns vãos bífores**; em baixo, ou no tramo localizado entre as duas portas - aquilo que em França se designa "trumeau", e por cá é muitas vezes parte-luz e mainel - aí está o cruzamento de um feixe de arcos, entrelaçados.
Lembram um trabalho de vime ou vergas (?) entrelaçadas. Mas também criam, significativamente, uma mini-ogiva. Pouco pronunciada, pouco profunda: é apenas um esboço, muito súbtil. Para ser lida (percebida e sentida) pelos mais curiosos e sensíveis.
Aquilo a que se chama Obra de Arte é isto: são imagens, no plano ou tridimensionais, para quem sabe ler e ver
*Post de:
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/13975.html
** Ver em:
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/23630.html