Novo post a acrescentar ao anterior, visto termos imensas informações, acrescidas do que vamos encontrando, como é neste caso uma outra recensão do trabalho de Patrice Sicard intitulado: Diagrammes Médiévaux et Exegese Visuelle: Le libellus de formatione arche de Hugues de Saint-Victor.
Como mostra (mais uma vez) o excerto escolhido**, os vários autores nossos contemporâneos, incluindo Patrice Sicard, não compreendem que se tenha podido fazer arquitectura de maneiras e processos que são completamente diferentes dos actuais.
Só aceitam que tenha havido Arquitectura quando eles encontram - e vêem à sua frente - as Plantas, Corte e Alçados, que julgam ser os únicos elementos e documentos da praxis profissional..
Ora nós sabemos de inúmeras situações, já lá vai o tempo, é verdade, em que até as Câmaras Municipais autorizavam as construções, bastando-lhes para isso, que se apresentasse uma Planta e uma Memória Descritiva***.
E nesses casos, era à dita Memória (mais ou menos justificativa, mas sobretudo descritiva) que competia a maior informação sobre o que se pretendia construir.
Depois deste parêntesis explicativo, há que acrescentar o que nos interessa evidenciar no texto abaixo (à semelhança do que acontece noutros): Dos De archa Noe de Hugo de S. Victor o Libellus (o 2º escrito de menores dimensões) reuniu os procedimentos necessários à execução. O 1º escrito, também mais conhecido como Arca Moral, reunia a Teologia, ou a base fundamentadora (teológica) da imensa alergoria ou metáfora que se pretendia edificar.
(clic na imagem para legenda)
* "Origens..." que tanto preocupavam, obsessivamente, a nossa orientadora de estudos de mestrado - Maria João Baptista Neto -, como é facílimo provar, e que, encontrada a Chave do Enigma, deixou cair esse assunto! Calando-se como alguém que nunca deveria estar no Ensino; já que não é esse desiderato ou são os objectivos da Investigação no Ensino Superior.
** Vindo de: Annales. Histoire, Sciences Sociales , 51e Année, No. 1 (Jan. - Feb., 1996), pp. 150-153
***Por mais estranho que a todos nos pareça, pois naturalmente achamos (hoje) que são também necessárias várias plantas, e sobretudo inúmeros cortes verticais, e os alçados para poder estudar e depois comunicar aos executantes a imagem final que se pretende conferir ao trabalho a realizar.